Sou bandidona e jogo muito na sua cara.
Pode vim quente que aqui não pega nada.
Já sabe que eu sou a mais linda e a mais braba.
Eu sou piranha favelada.
Veja também
Eles comentam o tamanho da minha raba.
Olha como eu sou enjoada.
Eles acham que podem e não podem nada.
Mostra que sabe e não que não basta.
Se acha gangsta mas não me encara.
Consigo o que quero porque sou bonita.
Que mané Glock, vai ler um livro.
É que tá na moda falar de racismo.
Amo minhas pretas.
Eu só rebolo quando eu quero.
Meu trabalho parte de um desabafo meu para o mundo mesmo.
Por vir de onde vim, as pessoas sempre esperavam que eu produzisse um tipo de arte, vestisse um tipo de roupa.
Entender que sou uma multiartista que flerta com várias estéticas negras, foi um processo bonito, libertador e satisfatório.
E com o meu conteúdo eu quero registrar e inspirar todas estas possibilidades, principalmente para outras mulheres negras.
Queria trabalhar com música, mas me decepcionei com o racismo que enfrentei.
Me diziam que se eu fosse funkeira ou sambista seria mais fácil, sucesso certo.
